Caixas da Packworks "cortam" a respiração dentro de camiões

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Embalagens: Caixas da Packworks "cortam" a respiração dentro de camiões
29 Outubro 2015, 09:39 por Alexandra Noronha | This email address is being protected from spambots. You need JavaScript enabled to view it.
O grupo AMJ Monteiro criou a Packworks para agregar os negócios, que estão concentrados na área das embalagens. A empresa de Matosinhos já abriu unidade nos Açores.
Alfredo Monteiro não quer transportar ar. E isso está na base de toda a estratégia da AMJ Monteiro para o sector de embalagens, que culminou com a criação da Packworks. 

"Às vezes estamos a transportar ar e não faz sentido imputar esse custo ao cliente", explicou Alfredo Monteiro. O sistema, que passou por redesenhar as embalagens para que ocupem o menor espaço possível e sejam fáceis de montar, tem várias vantagens. "Estamos a falar numa relação de 11 para 1. Se eu mandar um camião TIR de caixas planificadas, isso dá-me cerca de 11 camiões de caixas armadas. Poupam-se aqui imensos custos de transporte e - sem que eu me apercebesse - isso torna-me mais competitivo para o cliente e na redução das emissões de CO2", contou o empresário que neste momento conta com duas unidades em Esposende, sede em Matosinhos e presença em Moimenta da Beira e Ponta Delgada. 

Os Açores são, aliás, uma das apostas de Alfredo Monteiro para o futuro da Packworks: a Embalçores. "Previa-se por esta altura de liberalização [do transporte aéreo] que houvesse uma abertura muito grande do mercado. Ou seja, mais exportação por parte dos Açores, com embalagens desenhadas à medida do produto." Neste caso, o dono e fundador da Packworks fala da venda de ananás do arquipélago para exportação, que permite empilhar os frutos.

O investimento na unidade atinge, para já, 100 mil euros mas o empresário conta duplicar este valor. Para já foram criados dois postos de trabalho. "Temos de perceber bem o mercado e se há um problema de dimensão. Mas acredito que em um ano ou dois teremos seis pessoas lá", garantiu Alfredo Monteiro.

O objectivo deste negócio é "que o cliente não se preocupe com tudo o que é embalagem. O nosso enfoque é na reformulação do conceito de embalagem, na fixação, na matéria-prima, etc.", explicou o empresário. Desta forma, as caixas da Packworks pretendem chegar a mercados como o alemão ou francês com o menor volume possível.

O grupo AMJ Monteiro conta com outras áreas, como tubos de cobre, espumas técnicas e mesmo consultoria industrial. Mas as embalagens já são a principal área de negócio. 

A empresa exporta a maioria da produção, directa e indirectamente. "Estamos sempre na fileira da exportação, muitas vezes através dos nossos clientes. As embalagens são usadas e montadas na Alemanha e França. 90% do que vendemos é por via indirecta e depois temos 4% ou 5% directamente. A utilização final do produto para Portugal é pouca", explicou Alfredo Monteiro. O empresário referiu que as embalagens da Packworks chegam à Europa do Norte, Alemanha, França e Espanha, entre outros. E a unidade móvel da empresa, que custou 180 mil euros, chega um pouco a todo o lado, cheia de embalagens e com pouquíssimo ar.

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As 3 lições do empresário
Estudar e ter ética 

Estudar
Alfredo Monteiro deixa um aviso aos empreendedores portugueses: é preciso "analisar muito bem os mercados em que se pretende estar". O empresário optou por posicionar a Packworks em mercados de nicho. 

Pessoas
Para o dono e fundador da Packworks, uma das principais preocupações da empresa é com a formação. "A equipa que temos só cresceu e temos de pensar na área dos recursos humanos e formação das pessoas. E em escolher os melhores fornecedores, que são nossos parceiros", referiu Alfredo Monteiro. 

Ética e Qualidade
"Temos preocupações de qualidade, ética, clientes e fornecedores fidelizados desde o início da actividade da empresa", garantiu Alfredo Monteiro. E aconselha os empreendedores e novos empresários a terem o mesmo tipo de preocupação, visto que estas questões acabam por ficar associadas à imagem da empresa.